S. m. Rel. Doutrina baseada na crença da sobrevivência e existência do Espírito (alma) independente do corpo e em seu retorno à Terra em sucessivas encarnações, até atingir a perfeição e da existência de comunicação, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os Espíritos encarnados e os desencarnados.
Introduz-se no Brasil em meados do século XIX, nos estados do Rio de Janeiro, do Ceará, de Pernambuco e da Bahia. Ganha impulso com a formação de grupos de estudo das obras do professor francês Allan Kardec - (1804-1869), pseudônimo de Denisard Léon Hippolyte Rivail, fundador da corrente espírita conhecida como Kardecismo, tendo como base O Livro dos Espíritos, lançado em 18 de Abril de 1857. Como na época as obras espíritas ainda não estavam traduzidas para o português, os adeptos da nova religião pertenciam a classes sociais mais instruídas. Em 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira. Em 1991, o Espiritismo reúne cerca de 1,6 milhão de adeptos em todo o país. Em 2001, a Federação Espírita do Estado de São Paulo estimava a existência de 4 milhões de seguidores. Só no estado de São Paulo, em 2001, existiam 800 centros espíritas.
O Espiritismo considera o homem o único responsável por sua felicidade, pois tudo depende de seus atos. Prega o amor ao próximo como meio de chegar à maturidade espiritual (perfeição). Afirma que as reencarnações permitem a evolução gradativa do Espírito para se redimir de erros passados. Todas as faltas podem ser reparadas. Como o corpo é apenas um instrumento para a volta à Terra, quando atinge a perfeição o Espírito não precisa mais reencarnar.
Os Espíritos interferem na vida terrena por meio dos médiuns, pessoas a quem recorrem para contar aos vivos como estão, fazer revelações e dar conselhos. A comunicação acontece pela psicografia (o médium escreve como se o próprio Espírito escrevesse) ou pela incorporação (o Espírito apodera-se do corpo do médium para falar aos vivos). Os Espíritos superiores promovem o bem. Os inferiores dão más orientações. Os praticantes do Espiritismo reúnem-se em centros, mas não seguem rituais. A Encyclopaedia Britannica estima em 12 milhões o total de adeptos do Espiritismo em todo mundo, em 1998, a grande maioria na América Latina. Allan Kardec, médico, cientista e professor francês (3/10/1804-31/3/1869). Principal estudioso e organizador da doutrina espírita, também conhecida como kardecismo. Léon Hippolyte Denisard Rivail nasce em Lyon. Allan Kardec, é o pseudônimo que adota mais tarde. Estuda letras e medicina na universidade local. Em 1824 publica um ensaio sobre o aperfeiçoamento do ensino no país. Funda o Instituto Rivail para desenvolver novos cursos com esse sentido, mas é obrigado a fechá-lo em 1835 por dificuldades financeiras. Passa a dar aulas de química, anatomia, astronomia e física em casa. A partir de 1852, atraído por fenômenos espirituais ocorridos nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Alemanha à espera de interpretação, inicia estudos sobre o Espiritismo. Em 1854 testemunha uma escrita mediúnica e conclui que ela reflete a manifestação de Espíritos sem a interferência humana. Consegue contatar alguns Espíritos logo depois e vem a saber, por meio deles, que se havia chamado Allan Kardec em outra vida sendo um Druida. Usa esse nome para publicar O Livro dos Espíritos, em 1857, obra fundamental da filosofia espírita. Cria, em 1858, a Revista Espírita e a Sociedade Parisiense dos Estudos Espíritas. Morre em Paris.
Livro dos Espíritos(...)
Livro II
Capítulo II
Encarnação dos Espíritos
I - Finalidade da Encarnação
Página 91
132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?— Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a sua matéria essencial, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progride.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem d'Ele. É assim que, por uma lei admirável da sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
133. Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem, têm necessidade da encarnação?— Todos são criados simples e ignorantes e se instruem através das lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer feliz a uns, sem penas e sem trabalhos, e por conseguinte sem mérito.
133. Mas, então, de que serve aos Espíritos seguirem o caminho do bem, se isso não os isenta das penas da vida corporal?— Chegam mais depressa ao alvo. Além disso, as penas da vida são freqüentemente a conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeito ele for, menos tormentos sofrerá. Aquele que não for invejoso, nem ciumento, nem avarento ou ambicioso, não passará pelos tormentos que se originam desses defeitos.
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